sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

NAS ASAS DO IMAGINÁRIO…




A vontade de ser criança incendeia dentro de mim sempre que passo numa montra de brinquedos ou velharias ou vejo algo que me faz lembrar a minha infância, não há triciclo, bicicleta com rodinhas, barbie, Kenn, homem aranha, gormity, navegante da lua, poupas, monstro das bolachas, songoku, nem noddy que me passem despercebidos. Assim, inconscientemente dou por mim em frente do sofá, sentada e refastelada a brincar com esses objectos que me fazem voar para além do imaginário e a fazer vozes estranhas. 
Realmente os primeiros anos de vida são preponderantes para o nosso futuro, ser criança é uma dádiva que deve ser vivida, aproveitada e acima de tudo guiada, por pessoas capazes de dar carinho, apoio, conduzindo aqueles de quem mais se gosta pelas encostas da felicidade; e, sentir saudade desses tempos é querer voltar, regressar à tenra idade em que fui realmente e verdadeiramente feliz.
À noite, quando me deito, por vezes deparo-me a divagar, a sonhar com algo que gostaria de ser, fazer ou sentir, por vezes até considero ridículo e quase impossível de realizar, sonho que sou quem sou, o que quero ser, o que serei e o que nunca chegarei a ser e acabo por ser isso e muito mais, pois, sou simplesmente eu, as minhas recordações, o meu pensamento, a minha imaginação e o meu sonho que uma voz despertou...
Carla Carvalho

domingo, 17 de janeiro de 2010

QUERER NÃO É PODER



Gostava de pegar numa folha de papel e poder escrever tudo o que vai dentro de mim, na minha alma, no meu ser, mas nem eu sei, não consigo decifrar nem controlar o que se está a passar.

Gostava de poder expelir a vontade que tenho de te poder sentir, de te poder ver…

Mas, como querer não é poder, limito-me ao pensamento que quero que cesse, mas não cessa, que quero que pare, mas não para, que quero que mude mas não muda.

Queria tocar no céu e ver os teus olhos,

Queria ser um pingo de chuva na tua pele,

Queria poder olhar-te e não me sentir traída a mim mesma, pois tantas vezes jurei que não iria mais te olhar, nem pensar no teu ser…

Queria poder sair daqui, fugir, isolar-me num canto em que ninguém me pudesse ver, mas eu pudesse sentir o mundo.

Gostava que esta agitação parasse e não passasse de um sonho, de um pesadelo, preciso respirar…

Mas… querer não é poder…

Carla Carvalho